DESLOCAÇÕES em Brasília: só até 12 de Dezembro!
À esquerda, fotograma do documentário de Sérgio Tréfaut ("Lisboetas Martim Moniz", 2005) e fotografia de Edgar Martins (série "Aproximações Aeroporto das Flores", 2006)
CICLO DE ARTE E CINEMA | "entre Partidas e Chegadas"
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(exposição de arte contemporânea)
"Deslocações, 4 perspectivas contemporâneas portuguesas"
De 12 de Novembro a 12 de Dezembro de 2008, no Centro Cultural Português/Embaixada de Portugal em Brasília
ANDRÉ CEPEDA, série fotográfica "Moving", 2006
EDGAR MARTINS, série fotográfica "Aproximações", 2006
JOSÉ CARLOS TEIXEIRA, vídeo "38 minutos de antropologia (Strangers to Ourselves)", 2005
TATIANA MACEDO", série fotográfica "Sala Comum", 2005-2007
+ trabalhos resultantes do Workshop de fotografia orientado por EDGAR MARTINS em parceria com a Universidade Católica de Brasília(*), com a colaboração especial de ANDRÉ CARVALHO, e a participação de:
Ana Beatriz Barroso
André Borges
Arthur Monteiro
Bernadete Brasiliense
Bruna Arruda Neiva
Fabiula Vasconcelos
Francisco Luís Ferreira
Henry Macário
Isabela Lyrio
Lourenço Cardoso
Luis Gustavo Prado
Marília França
Rinaldo Morelli
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(programação de cinema)
"Fenómenos migratórios no recente documentário português"
De 6 a 14 de Novembro de 2008, na Universidade Católica de Brasília
6 Nov. 11h00 | Auditório Bloco K
Apresentação aos alunos do ciclo "entre partidas e chegadas"
6 Nov. 19h00 | Auditório Bloco M
Apresentação aos alunos do ciclo "entre partidas e chegadas"
11 Nov. 11h00 | Auditório Bloco K
"À ESPERA DA EUROPA", Christine Reeh, Portugal, 2006, 58'
11 Nov. 19h00 | Auditório Bloco M
"PÁTRIA INCERTA", Inês Gonçalves e Vasco Pimentel, Portugal, 2006, 52'
12 Nov. 11h00 | Auditório Bloco K
"LUSOFONIA, A (R)EVOLUÇÃO", Red Bull Music Academy, Portugal, 2006, 60'
12 Nov. 19h00 | Auditório Bloco M
"BIEN MÉLANGER", Nicolas Fonseca, Canadá, 2006, 75' + "LUSOFONIA, A (R)EVOLUÇÃO", Red Bull Music Academy, Portugal, 2006, 60'
13 Nov. 11h00 | Sala K-114
"A FOTOGRAFIA RASGADA", José Vieira, França, 2001, 52' + "O PAÍS AONDE NUNCA SE REGRESSA", José Vieira, França, 2006, 52'
14 Nov. 19h00 | Auditório BL.M
"LISBOETAS", Sérgio Tréfaut, Portugal, 2004-2005, 100'
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(*) workshop de fotografia
- com Edgar Martins, resultado da parceria do Instituto Camões/Embaixada de Portugal em Brasília com a Universidade Católica de Brasília
De 7 a 11 de Novembro de 2008, na Universidade Católica de Brasília
(com a participação de alunos da licenciatura e do mestrado de fotografia e comunicação social da UCB e da UNB)
'MAIS MAPUTO: uma cidade dentro da cidade' no fecho do DOCKANEMA
'MAIS MAPUTO: uma cidade dentro da cidade' é o título do vídeo realizado por 13 dos 16 participantes no workshop orientado pelo artista José Carlos Teixeira em Maputo, nos passados dias 9, 10, 11 e 12 de Setembro. Foi com uma enorme alegria que, para além de o integrarmos na exposição "Deslocações", pudemos vê-lo no auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicano, o mais activo pólo cultural de Maputo.
A iniciativa partiu do DOCKANEMA-Festival Internacional do Filme Documentário, que organizou uma sessão final onde também passaram filmes realizados em Maputo, mas no âmbito do workshop do próprio DOCKANEMA, designado "Ter 20 anos em Maputo". Olhares e experiências diferentes a partir de uma mesma cidade.
Há mais informação no website: http://www.dockanema.org/
algumas imagens da inauguração: exposição "Deslocações", em MAPUTO!
Eis alguns dos momentos da inauguração:
com Pedro Pimenta (director do DOCKANEMA) ao lado do artista José Carlos Teixeira, com o antropólogo José Teixeira junto a uma das caixas de luz do André Cepeda, até ao público perto das fotografias do Edgar Martins, no momento dos discursos, ou à frente dos retratos feitos pela Tatiana Macedo...
Obrigada a todos! Ou melhor, como se diz por aqui: KANIMAMBO!
para ver em MAPUTO, de 15 Set. a 16 Out.: "DESLOCAÇÕES", no Centro Cultural Português!
Inaugurou no dia 15 de Setembro, no IC-Centro Cultural Português em Maputo (Moçambique), a exposição "Deslocações, 4 perspectivas contemporâneas portuguesas: ANDRÉ CEPEDA, EDGAR MARTINS, JOSÉ CARLOS TEIXEIRA, TATIANA MACEDO".
Na capital moçambicana a exposição também inclui o vídeo colectivo "Mais Maputo. Uma Cidade Dentro da Cidade", realizado durante o workshop orientado pelo artista José Carlos Teixeira, com a colaboração dos participantes: António Macário, Atanásio Vasco Elias Cuna, Augusto João Ouana, David Pinto Calvo Aguacheiro, Flávio Funzela Augusto Magaia, Idílio Augusto Lourenço, Inês Fernando Singano, João Roxo, José Bernardo Nhampa, Messias Manjate, Mi Sook Park, Zacarias Dias Vilanculos, Zacarias Paulino Motisse.
Entretanto, decorre o programa de filmes associado à exposição e integrado no Festival do Filme Documentário de Moçambique - DOCKANEMA, também em Maputo.
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Programa "Fenómenos Migratórios no recente documentário português"
12.09.2008 a 21.09.2008 [+INFO: www.dockanema.org]
12 Setembro (sexta-feira), às 14h00 | na Escola Superior de Economia e Gestão
“Lusofonia, a (R)Evolução”, filme colectivo produzido pela Red Bull Music Academy (Portugal, 2006, 60’)
15 Setembro (segunda-feira), às 14h40 | na Escola Portuguesa de Moçambique
“Lusofonia, a (R)Evolução”, filme colectivo produzido pela Red Bull Music Academy (Portugal, 2006, 60’)
16 Setembro (terça-feira), às 20h30 | no cinema Scala
“Pátria Incerta”, de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel (Portugal, 2006, 52’)
17 Setembro (quarta-feira), às 18h30 | no Centro Cultural Franco-Moçambicano
“Pátria Incerta”, de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel (Portugal, 2006, 52’)
17 Setembro (quarta-feira), às 20h30 | no Centro Cultural Franco-Moçambicano
“À Espera da Europa”, de Christine Reeh (Portugal, 2006, 58’)
18 Setembro (quinta-feira), às 18h00 | na Escola Portuguesa de Moçambique
“Lisboetas”, de Sérgio Tréfaut (Portugal, 2005, 100’)
18 Setembro (quinta-feira), às 20h30 | no Centro Cultural Franco-Moçambicano
“O País aonde nunca se Regressa”, de José Vieira (França, 2006, 52’)
19 Setembro (sexta-feira), às 20h30 | no Centro Cultural Franco-Moçambicano
“Bien Mélanger”, de Nicolas Fonseca (Canadá, 2006, 75’)
20 Setembro (sábado), às 18h30 | no Centro Cultural Franco-Moçambicano
“A Fotografia Rasgada”, de José Vieira (França, 2001, 52’)
21 Setembro (domingo), às 16h30 | no cinema Scala
“O País aonde nunca se Regressa”, de José Vieira (França, 2006, 52’)
21 Setembro (domingo), às 18h30 | no cinema Scala
“Bien Mélanger”, de Nicolas Fonseca (Canadá, 2006, 75’)
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CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS DE MAPUTO | Embaixada de Portugal
Av. Julius Nyerere, 720
Telefone: (+258) 21 493 892 | Email: ic-ccpmaputo@tvcabo.co.mz
[+info | INSTITUTO CAMÕES: www.instituto-camoes.pt | dsace@instituto-camoes.pt]
Escola Portuguesa de Moçambique
Rua do Palmar, 562-C
Telefone: (+258) 21 481 300 | Email: epm-celp@edu-port.ac.mz
Centro Cultural Franco-Moçambicano
Av. Samora Machel, 468
Telefone: (+258) 21 314 600 | Email: info@ccfmoz.com
Cinema Scala
Av. 25 de Setembro, 1514
Telefone: (+258) 21 322 910
WORKSHOP com José Carlos Teixeira em Maputo: já em curso!
É no âmbito da apresentação do ciclo de Arte e Cinema "entre Partidas e Chegadas" que o artista José Carlos Teixeira se encontra em Maputo a orientar o workshop "Arte e Documento" (9 a 12 de Setembro 2008), em parceria com a Escola Nacional de Artes visuais.
Ao longo deste workshop os participantes farão filmagens pela cidade de Maputo, editando-as num único filme em colaboração com o artista José Carlos Teixeira, filme esse que será integrado na mostra "Deslocações", no Centro Cultural Português de Maputo.
O ciclo "entre Partidas e Chegadas" é composto por uma exposição de arte contemporânea - intitulada "Deslocações, 4 perspectivas contemporâneas portuguesas: André Cepeda, Edgar Martins, José Carlos Teixeira, Tatiana Macedo" (curadoria: Lúcia Marques) - e por uma programação de filmes dedicada aos "Fenómenos Migratórios no recente documentário português" (curadoria: Nuno Sena).
Em Maputo, a programação de filmes integra o DOCKANEMA - Festival do Filme Documentário [www.dockanema.org], distribuindo-se por 4 espaços da cidade, e a exposição terá lugar no Centro Cultural Português de Maputo, de 15 de Setembro (inaugura às 18h) a 16 de Outubro de 2008.
Há mais informações no website do Instituto Camões: www.instituto-camoes.pt
terminou o programa transversal dos MUNDOS LOCAIS, mas a exposição continua até 20 de Setembro, em Lagos!
(da esquerda para a direita)
Adekunle Detokunbo-Bello, Jane Thorburn, Ana, Sara, Kiluanje Liberdade, Nuno, António Ole e Jürgen Bock
(sentados) Paul Goodwin e Manthia Diawara
(a tirar a foto) Lúcia Marques
Eis alguns dos participantes no ciclo de cinema dos nossos MUNDOS LOCAIS, reunidos em Lagos, contribuindo para um projecto que desde o início desejou ser uma plataforma de encontro, convívio, partilha de experiências, inquietações e expectativas.
Terminou assim o programa transversal do projecto MUNDOS LOCAIS, mas a exposição continua até 20 de Setembro, tendo-se estendido a sua exibição por mais duas semanas face à data inicial de fecho. Foi a exposição do programa ALLGARVE que teve mais visitantes até ao momento!
Espreitem as actualizações do website bilingue, cuja imagem de abertura agora é a capa do CATÁLOGO, já disponível no Centro Cultural de Lagos:
http://www.localworlds.org/
Entretanto, quero deixar aqui um AGRADECIMENTO ESPECIAL a todos os que contribuiram para se cumprir essa vontade, sem esquecer toda a equipa do Centro Cultural de Lagos que, estando nos bastidores, é quem permanece na linha de "combate". MUITO OBRIGADA A TODAS E TODOS!
"Personal DJ", com Susana Guardado (VJ convidada: Ynaiê Dawson): em Lagos!
Susana Guardado, "Europa" (video still), 2007-2008
Sábado - dia 23 de Agosto - o ponto de encontro foi em LAGOS!
Foi no LAC-Laboratório das Actividades Criativas, que teve lugar, às 22h, a apresentação final do material audiovisual recolhido e samplado, nas sessões domésticas de 16 a 21 de Agosto, pela DJ Susana Guardado e pela VJ Ynaiê Dwason, no âmbito do projecto MUNDOS LOCAIS e com entrada GRATUITA!
Coordenadas para chegar ao LAC:
procurar a GNR (sim, é a sério!), pois o LAC funciona na antiga prisão de Lagos, bem nas traseiras do Hotel Tivoli de Lagos, a 10 minutos da estação de autocarros e da Marina de Lagos.
LAC – Laboratório de Actividades Criativas é uma associação cultural sem fins lucrativos, formada em 1995, sedeada no edifício da antiga cadeia de Lagos.
Tem como objectivo principal dinamizar e promover a criação artística no barlavento algarvio, nomeadamente na divulgação dos artistas residentes nesta zona, promovendo a interdisciplinaridade e o contacto destes com outros artistas e instituições culturais nacionais e internacionais, com vista à troca de ideias e intercâmbios de iniciativas.
As instalações da associação dispõem de onze ateliers (celas), duas salas polivalentes, um centro de documentação e um espaço para espectáculos, abertos a propostas exteriores para desenvolvimento de actividades, nas áreas que se julguem enquadrar nos objectivos da associação.
Ao longo de doze anos de existência, o LAC tem vindo a promover não só a cedência de espaços, mas também a realização de concertos, espectáculos, exposições, intercâmbios, formações, projecções de filmes, entre outras actividades criativas.
WEBsite do LAC: www.lac.web.pt
Mais informações sobre o projecto MUNDOS LOCAIS (em Lagos, Portugal):
www.localworlds.org
em exposição em São Tomé até final de Agosto: KWAME DE SOUSA
É possível ver até final do mês de Agosto, na galeria Teia D'Arte, a exposição do artista santomense KWAME DE SOUSA, intitulada "Peace, Other Face".
Edlena Barros escreveu um excelente artigo no jornal Correio da Semana. Eis um pequeno excerto para se ter uma ideia do que se dá a ver através da obra de um dos mais promissores jovens artistas de São Tomé:
Com 11 quadros, uma escultura, uma instalação e uma performance, o artista plástico falou da guerra. Segundo ele, a guerra é um tema em evidência mas que passa despercebido. "As pessoas olham para o mundo e vêem roupa, sapatos, grandes casas, carros bonitos e mulheres giras, mas não olham para todo o resto, que são as pessoas que estão a passar fome e que estão a ter problemas porque o seu país está em guerra", disse Kwame de Sousa.
Nos quadros misturam-se cores, imagens e palavras. Imagens que retratam a guerra e palavras que passam mensagens, que chamam a atenção para aqueles que ele considera serem as principais vítimas da guerra: as crianças. "Falo da família, da ligação familiar e da perda da própria ligação que acontece com a guerra e falo das crianças que ficam sozinhas no mundo. Nós sabemos que o nosso mundo é um mundo que dilacera tudo, se não tivermos cuidado com as pessoas, porque o pior inimigo do homem é o próprio homem".
Durante a sua performance intitulada "Não se combate a paz com armas", Kwame fez uma crítica a sete países que são grandes produtores de armas no mundo: "Pintei a bandeira dos países produtores de armas com as cores do arco-íris. Quando existe a bonança nós zelamos por horizontes parecidos ao arco-íris que simboliza a bonança no mundo que vem depois da tempestade", explicou.
Segundo ele, são esses grandes produtores mundiais que mais ganham com a guerra. Ganham quando vendem canadianas para os mutilados, ou seja, ganham duplamente em cima do sofrimento dos outros. "Para este trabalho inspirei-me na sociedade, mas não essa sociedade em que eu me encontro, mas sim numa sociedade que está a sofrer, uma outra sociedade mais pobre, não estou a falar pobre de espírito, pobre de não ter o que comer, não ter casa para dormir, mas por estar a ser massacrado e torturado pelas grandes super-potências, as produtoras de armas".
"O senhor das armas não gosta de crianças", com esse coro Izabela Brochado cantou a música de Renato Russo a "Canção do Senhor da Guerra" que retrata a questão das crianças, e de como elas são as grandes vítimas nessa guerra. Segundo Izabela, toda a exposição traz um tema muito actual. "É um trabalho que mistura palavras, imagens, sobreposições e é bem o que a guerra faz. Ela vem e destrói alguma coisa que estava construída anteriormente e fica essa coisa descontínua, as casas, as cidades, as pessoas. Os quadros passam isso, essa descontinuidade, algo que interfere sobre a imagem que está abaixo", comentou.
A não perder para quem passar por São Tomé por estes dias!
LM
Kwame de Sousa nasceu em São Tomé e Príncipe em 1980 e recebeu a sua formação de base no projecto de "Experimentação 01", realizado pelo CIAC-Centro Internacional de Arte e Cultura, no espaço da galeria Teia D' Arte, em São Tomé. Os seus principais orientadores foram nessa altura os artistas Seyni Gadiaga e Débora Miller. Em 2002 participou num workshop de pintura e desenho com os finalistas da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e dois anos depois fez com o escultor João Bicho um workshop sobre o brinquedo tradicional português. Participou em 2008 na V Bienal Internacional de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe. Está neste momento a terminar o curso de Artes e Ofícios do Espectáculo na escola do Chapitô, em Lisboa, e a preparar uma exposição conjunta com o artista René Tavares em Bruxelas, prevista para início de 2009. WEBSITE: http://www.kwamesousa.blogspot.com/
exposição dos trabalhos mais recentes de RENÉ TAVARES
Foi na galeria Teia D'Arte que o artista René Tavares mostrou os seus trabalhos mais recentes em torno do Tchiloli: uma representação teatral de herança renascentista reinventada pelo povo santomense ao ponto de se tornar símbolo de resistência face à dominação colonial portuguesa. Actualmente o Tchiloli é reconhecido como uma das mais ricas tradições culturais de São Tomé e Príncipe e já está, inclusive, a decorrer a sua candidatura a património imaterial da humanidade.
René Tavares trabalha precisamente sobre essa tradição, reactivando-a com um olhar contemporâneo, quer através dos seus desenhos quer através das suas pinturas.
Eis alguns excertos dos depoimentos e comentários que a jornalista Edlena Barros publicou no jornal "Correio da Semana", a propósito da exposição "Novos Horizontes de um Teatro", após entrevista ao artista:
"Já lá vão seis anos que trabalho com e sobre o Tchiloli e quando faço qualquer tipo de trabalho pego naquilo que já fiz e aprendi com o Tchiloli e coloco nesse novo trabalho. Não vai aparecer o desenho nem a imagem do Tchiloli, mas sim uma técnica, um certo conjunto de cores, de linhas e de traços que vieram do Tchiloli", disse René.
(...) Segundo o artista o Tchiloli não é só o teatro e as cores em si, ele é também uma linguagem, que René chama de crioula devido às origens europeias e à mistura com África presente no Tchiloli. "Há aquela partilha Europa/África, a mestiçagem dentro desse conjunto de movimentos, cores, traços e do espectáculo. A minha linguagem resulta desse ponto de partilha característica dessa mestiçagem no Tchiloli. Juntei um pouco de mim, que é um pouco de África, e um pouco daquilo que vejo e vi que me parece ser ocidental, uma certa realidade urbana que em África não temos", acrescentou René.
(...)
Há seis anos que René pesquisa sobre o Tchiloli e desenvolve trabalhos resultantes dessa pesquisa. "Não consigo parar de pesquisar sobre o Tchiloli. É através de novas pesquisas sobre o Tchiloli que tenho inspiração para fazer outros trabalhos, é a base de tudo", disse ele.
Vale ainda a pena ler o texto que o artista escreveu para acompanhar a exposição:
SEIS ANOS DE PESQUISA E TRABALHO EM TORNO DO TCHILOLI
Teatro de muita cor, dança, alegria e tristeza. Um "espectáculo"
de máxima importância que estabelece desde cedo uma forte
ligação entre o continente europeu e africano.
Trabalhar sobre o Tchiloli é para mim uma forma de fortalecer
essa ligação e criar a abertura para uma leitura multicultural.
“Novos horizontes de um teatro” mostra precisamente essa
abertura e cria um diálogo que envolve costumes e cenas africanas
num ambiente pictórico contemporâneo.
No meu trabalho as formas, as cores e todos os passos dados são
assim tão importantes como os desenhos propriamente ditos.
A presença do Tchiloli e o casamento de dois mundos é o segredo
desse diálogo aberto. O tradicional e o contemporâneo.
No fundo é uma partilha, para mim a arte é isso. Serve para quebrar
a barreira que bloqueia o diálogo intercultural e nos fazer viajar.
Porque cada pintura é uma viagem.
E cada viagem é uma descoberta.
RENÉ TAVARES
René Tavares nasceu em São Tomé e Príncipe, em 1983, e formou-se na Escola Nacional de Belas-Artes de Dakar, no Senegal. Paralelamente, participou em diversos workshops na galeria Teia D'Arte, em São Tomé, orientado pelos artistas Seyni Gadiaga e Débora Miller, e, em 2002, integrou o workshop de pintura e desenho dos finalistas da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Já expôs em São Tomé, Paris, Bordéus, Évora e Oeiras, entre outras cidades, e participou em 2008 na V Bienal Internacional de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe. Ganhou recentemente uma bolsa para desenvolver as suas pesquisas plásticas em Rennes (França) durante os próximos 3 anos.
WEBSITES: http://kito-rivas.ifrance.com/ | http://www.renetavares.blogspot.com/| http://br.geocities.com/renecruztavares/
SÃO TOMÉ (8 Jul -8 Ago 2008) | primeira etapa internacional
ITINERÂNCIA | CICLO
“entre Partidas e Chegadas”
Curadoria:
Lúcia Marques + Nuno Sena
Centro Cultural Português de S. Tomé | S. Tomé e Príncipe
De 8 Julho a 8 Agosto de 2008
Foi no Centro Cultural Português de S. Tomé que teve início a itinerância do Ciclo “entre Partidas e Chegadas” no dia 8 de Julho de 2008. A exposição foi precedida de um workshop de fotografia dado pelo artista André Cepeda em São Tomé (de 4 a 7 de Julho), incluindo-se nesta apresentação os trabalhos finais dos participantes.
Esta iniciativa foi organizada e produzida pelo Instituto Camões em pleno Ano Europeu do Diálogo Intercultural e integrou a programação paralela da V Bienal de S. Tomé, em São Tomé e Príncipe.
“entre Partidas e Chegadas”
O Ciclo “entre Partidas e Chegadas" partiu do desafio lançado pelo Instituto Camões para pensar um projecto em parceria com o Comité Económico e Social Europeu no âmbito da Presidência Portuguesa da UE (durante o segundo semestre de 2007). Dada a existência de um espaço expositivo e de uma sala de cinema, foi possível conceber desde logo uma pequena exposição de arte contemporânea e articulá-la com um breve ciclo de filmes sob o tema comum dos fenómenos migratórios. Partimos assim de um tópico fulcral na agenda europeia para chegar a duas perspectivas complementares sobre a mais recente produção artística contemporânea.
LM + NS
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[André Cepeda, da série "Moving", 2006
Col. Alessio Vassarotti]
A exposição: “Deslocações, 4 perspectivas contemporâneas:
ANDRÉ CEPEDA, EDGAR MARTINS, JOSÉ CARLOS TEIXEIRA, TATIANA MACEDO”
[08.07.2008 – 08.08.2008]
Partindo de uma selecção restrita de trabalhos de 4 jovens artistas, a exposição aborda a condição de “deslocado” enquanto problemática essencial para compreender o mundo contemporâneo e o panorama artístico da cultura Portuguesa. Os perfis artísticos escolhidos – André Cepeda (n. 1976, Coimbra), Edgar Martins (n. 1977, Évora), Tatiana Macedo (n. 1981, Lisboa) e José Carlos Teixeira (n. 1977, Porto) –, privilegiam uma geração nascida no contexto pós-25 de Abril de 1974, ou seja, em pleno processo de descolonização, e com experiências de formação e vivência geograficamente diferentes, procurando reflectir sobre a inevitabilidade da mobilidade contemporânea através de obras que abordam temáticas correlacionadas mas de modos diversificados.
WORKSHOP com André Cepeda | Centro Cultural Português em São Tomé
- dias 4, 5, 6 e 7 de Julho, das 08h30 às 12h00
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A semana de filmes:
“Fenómenos migratórios no recente documentário português”
[28.07.2008 – 01.08.2008]
Em sete obras, este programa pretende dar a ver como a passagem de um paradigma migratório a outro tem sido tema privilegiado na mais recente produção de documentário feita por autores portugueses (sintomaticamente, alguns a viver em Portugal e outros no estrangeiro). Das difíceis memórias da emigração portuguesa em França retratadas em “A Fotografia Rasgada” e “O País aonde nunca se Regressa” até ao caleidoscópio multinacional dos imigrantes na capital portuguesa na actualidade que se revela em “Lisboetas” e em “À Espera da Europa”. De caminho, dá-se a ver igualmente o modo como os antigos fluxos migratórios entre Portugal e o Mundo permitiram inesperadas e profundas trocas interculturais, do legado da presença portuguesa em Goa revisitado em “Pátria Incerta” até à vitalidade da actual mestiçagem da música urbana de Lisboa com as sonoridades africanas e brasileiras em “Lusofonia, a (R)Evolução”. Entre um e outro tema, a diluição das identidades nacionais (nomeadamente da portuguesa) num contexto de crescente mundialização e de mais intensos fluxos migratórios é o cerne de “Bien Mélanger”.
Sessões da semana de filmes
28.07.2008 | às 17h30
“Lisboetas”, de Sérgio Tréfaut (Portugal, 2005, 100’)
29.07.2008 | às 17h30
“A Fotografia Rasgada”, de José Vieira (França, 2001, 52’)
“O País aonde nunca se Regressa”, de José Vieira (França, 2006, 52’)
30.07.2008 | às 17h30
“À Espera da Europa”, de Christine Reeh (Portugal, 2006, 58’)
“Pátria Incerta”, de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel (Portugal, 2006, 52’)
31.07.2008 | às 17h30
“Lusofonia, a (R)Evolução”, filme colectivo produzido pela Red Bull Music Academy (Portugal, 2006, 60’)
01.08.2008 | às 17h30:
“Bien Mélanger”, de Nicolas Fonseca (Canadá, 2006, 75’)
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CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS DE SÃO TOMÉ
Rua Patrice Lumumba, Caixa Postal 454, S. Tomé | S. Tomé e Príncipe
Telefone: (+239) 221 455 | Email: ccp@cstome.net
Entrada gratuita | De 2f a 6f, das 8h30 às 12h00 e das 14h às 17h30
[+info | INSTITUTO CAMÕES: www.instituto-camoes.pt | dsace@instituto-camoes.pt]
Próximas etapas da itinerância: Centros Culturais de Maputo (workshop com José Carlos Teixeira), Brasília (workshop com Edgar Martins) e Luanda (workshop com Tatiana Macedo).
MUNDOS LOCAIS_Local Worlds @ lagos, portugal | 13 junho a 7 setembro
ANTÓNIO OLE,
Retrato falado, 2007
(tríptico fotográfico/photographic tryptic)
http://www.localworlds.org/
Mundos Locais | Local Worlds
espaços, visibilidades e fluxos transculturais
spaces, visibilities and transcultural flows
Curadoria/Curators:
Lúcia Marques & Paula Roush
Centro Cultural de Lagos + Forte Pau da Bandeira
Lagos, Portugal - 13.06.2008 - 07.09.2008
Projecto realizado no âmbito do programa
Project developed under the programme
ALLGARVE www.allgarve.pt
Inaugurou no dia 13 de Junho às 22h no Forte Pau da Bandeira e Centro Cultural de Lagos
Opening on the 13th of June at 10pm, at Forte Pau da Bandeira and Centro Cultural de Lagos
O projecto Mundos Locais reúne uma variedade internacional de obras contemporâneas em novos media e performance, que exploram a relação entre o local e o global. São trabalhos que reflectem o modo como as experiências de viagem, diáspora e deslocação alteram as nossas percepções de identidade, cultura e nação. O título refere-se ao modo como o mundo é parte do imaginário local de Lagos, mas também como o local é o resultado do envolvimento dos artistas com o mundo onde vivem.
Justapondo, pela primeira vez, trabalhos cujos sítios de reflexão incluem Portugal (em especial, a região do Algarve), outras Europas, e diferentes Áfricas, entre outros continentes com histórias coloniais, o projecto mapeia a complexidade de espacialidades e subjectividades entrecruzadas por aqueles que estão em trânsito. Envolvendo paisagens emocionais e narrativas pessoais do lugar, cada trabalho convida o visitante a aproximar-se ao local — seja ele íntimo, público, real ou imaginário — através de uma psico-geografia dos objectos e práticas do dia-a-dia.
Construída como uma plataforma discursiva, a exposição inclui trabalhos site-specific, instalações e vídeo-projecções, ocupando os múltiplos espaços do Centro Cultural de Lagos e do Forte Pau da Bandeira.
Durante os meses de Junho, Julho e Agosto, o programa multidisciplinar de eventos também inclui performance, workshops, conversas e cinema, de modo a mapear a pluralidade de estratégias que actualmente caracterizam a dinâmica do local.
Mundos Locais é uma iniciativa concebida para o Centro Cultural de Lagos no âmbito da segunda edição do ALLGARVE e propõe uma plataforma de produções artísticas para reflectir a diversidade cultural que caracteriza a heterogeneidade das cidades dos nossos dias.
The project Local Worlds brings together a range of international contemporary media art and performance works that explore the relationship between the local and the global, looking at how experiences of travel, diaspora and displacement can inform our perceptions of identity, culture and nation. The title refers both to the way the world is part of Lagos local imaginary and the way the local is a form of engagement of the artists with the world they live in.
Juxtaposing for the first time works whose sites of reflection include Portugal (specially the Algarve's region), other Europes and different Africas, amongst other continents with colonial histories, the project maps out the complex spatialities and subjectivities crossed by those in transit. Engaging with emotional landscapes and personal narratives of place, each work invites the viewer to approach the local — be it intimate, public, real or imaginary — as a psycho geography of everyday objects and practices.
Staged as a discursive platform, the exhibition includes site-specific work, installation, and video screenings, occupying the multiple spaces of Centro Cultural de Lagos, including artistic interventions in the Forte Pau da Bandeira.
During June, July and August the multidisciplinary programme of events also involves performance, workshops, talks and cinema, in order to map the plurality of strategies that currently characterizes the dynamics of the local.
Local Worlds is an initiative designed for the Centro Cultural de Lagos, under the 2th edition of the ALLGARVE and proposes a platform of artistic production for reflection on cultural diversity that characterizes the heterogeneity of cities today.
Participantes no projecto/Participants in the project:
Adekunle Detokunbo-Bello, Ângela Ferreira, António da Cunha Telles, António Ole, Beatrice Catanzaro, Cláudia Cristóvão, Cláudia Lopes Costa, Eduardo Matos, Eduardo Padilha, Faisal Abdu’Allah, Francisco Vidal, Gustavo Sumpta, Inês Amado, Inês Gonçalves, Jane Thorburn, Jorge Pereira, Jorge Pereirinha Pires, José Pinheiro, Kiluanje Liberdade, LAC, Luísa Homem, Manthia Diawara, Melanie Jackson, Mónica de Miranda, Ondjaki, Paul Goodwin, Pedro Sena Nunes, Psychological Art Circus, Red Bull Music Academy, Renée Green, Ricardo Valentim, Susana de Medeiros, Susana Guardado, Tiago Cutileiro, Uncle C, Vasco Pimentel, Victor Lopes, Ynaiê Dawson.
Junho/June
instalações/espectáculos/performances
installations /shows/performances
13 (sexta|friday)
22h, Forte Pau da Bandeira + Centro Cultural de Lagos
Inauguração|exhibition opening
23h, Centro Cultural de Lagos
Concerto-instalação|concert-installation: Allmnésia, de Tiago Cutileiro e Jorge Pereira
18 (quarta-feira/wednesday)
22h, Centro Cultural de Lagos
Performance:
O melhor mundo possível, de Gustavo Sumpta
The best possible world, by Gustavo Sumpta
26 (quinta-feira/thursday)
22h, Centro Cultural de Lagos Performance The Trail
de/by Psychological Art Circus
27 (sexta-feira/friday)
22h, Centro Cultural de Lagos
Conversa com os Psychological Art Circus
Conversation with Psychological Art Circus
Julho/July
workshops/seminários/conversas
workshops/seminars/conversations
24 (quinta-feira/thursday)
22h, Centro Cultural de Lagos
Conferência/Conference Growth and Culture
Projecto de/ project by: Ricardo Valentim
25, 26 e 27 (sexta a sábado/friday to sunday)
21h-24h, Centro Cultural de Lagos
workshop-seminário/workshop & seminar: Shared Worlds, collaborative & participatory art
coord. by: Mónica de Miranda (com/with Paula Roush, Faisal Abdu’Allah e Paul Goodwin)
(em inglês e português/in English and Portuguese)
28, 29 e 30 (segunda a quarta/monday to wednesday)
13h-24h, Centro Cultural de Lagos
Apresentação artistas do LAC (Laboratório de Actividades Criativas)
Presentation by LAC (Laboratory of Creative Activities) artists
29 (terça-feira/tuesday)
22h, Centro Cultural de Lagos
Conversas com doces e amargos, moderadas por Susana de Medeiros
Sour sweet conversations moderated by Susana de Medeiros
31 (quinta-feira/thursday)
21h30, Centro Cultural de Lagos
Conversa e workshop Construindo narrativas a partir das notícias
Conversation and workshop Building narratives with the news
com/ with Melanie Jackson (Em inglês/in English)
Agosto/August
ciclo de cinema com a presença dos realizadores/festa
cinema cicle with the directors presence/party
4 (segunda-feira/monday) | Centro Cultural de Lagos
18h30, Língua: vidas em português (2002), de/by Victor Lopes
22h, Retratos: Portugal e os Portugueses vistos pelos imigrantes (2007), de/by Luísa Homem + Lusofonia: a (r)evolução (2006), da/by Red Bull Music Academy
5 (terça-feira/tuesday) | Centro Cultural de Lagos
18h30, Enciclopédia DVD (Hip-Hop) vol. 1 (2005-2007), de/by Uncle C
22h, Brava Dança (2006), de/by Jorge Pereirinha Pires e/and José Pinheiro
23 (sábado/saturday) | no LAC/at LAC
22h, Personal Dj, projecto de/by Susana Guardado (DJ SUGO), com a colaboração de/in collaboration with Ynaiê Dawson (VJ convidada/invited)
25 (segunda-feira/monday) | Centro Cultural de Lagos
18h30, Outros Bairros (1999) de/by Kiluanje Liberdade, Vasco Pimentel e/and Inês Gonçalves + Oxalá cresçam pitangas, 2005 de/by Kiluanje Liberdade e/and Ondjaki
22h, Continuar a viver (Os Índios da Meia-Praia), (1975), de/by António da Cunha Telles + Elogio ao 1/2 (2006), de/by Pedro Sena Nunes
26 (terça-feira/tuesday) | Centro Cultural de Lagos
18h30, Nollywood - losing the plot (2008), de/by Adekunle Detokunbo-Bello + Nollywood - just doing it (2008), de/by Jane Thorburn
22h, O ritmo dos Ngola Ritmos (1978), de/by António Ole + Maison Tropicale (2008), de/by Manthia Diawara
Visitas guiadas/Guided tours:
Quartas, sábados e domingos
Wednesdays, saturdays and sundays
Em inglês ou português/in English or Portuguese: 22h
Em português/in Portuguese: 23h
Outras visitas /other visits:
Paula Roush:14 de Junho / June 14th, 22h
Lúcia Marques: 23 de Julho / July 23rd, 22h
Alexandre Barata: 29 de Agosto / August 29th, 22h
Para mais informações contactar | For further informations please contact:
Jorge Rocha | E: jorgerocha.ccl@gmail.com | T: (+351) 93 9339647 | F: (+351) 282 770453
Morada/adreess: Rua Lançarote de Freitas, n.º 7, 8600-605 Lagos – PORTUGAL
Novas Geografias em Lisboa...
NOVAS GEOGRAFIAS, LISBOA
Mónica de Miranda
Plataforma Revólver, Lisboa, PORTUGAL
08.05.2008 - 14.06.2008
Curadoria: Lúcia Marques
Inauguração: 8 de Maio, às 22h00
A artista MÓNICA DE MIRANDA
Mónica de Miranda é uma artista cuja biografia cruza diferentes nacionalidades reflectindo-se desde logo essa intersecção fértil de referências no seu próprio trabalho. A sua obra tem dado origem a uma miríade de paisagens com variadas identidades culturais, recorrendo também a múltiplas possibilidades de expressão (vídeo, fotografia, som, escultura, instalação) para reflectir sobre os novos territórios transnacionais do mundo onde vivemos. Interessa-lhe o modo como a experiência migratória global se tem tornado uma nova actividade topológica, influenciando decisivamente a recriação de fronteiras geográficas, culturais e sociais, bem como a nossa própria noção de “lugar” e de “sentimento de pertença” a um contexto específico.
A artista parte da sua própria experiência pessoal e do seu círculo de amigos, familiares e colegas, para levar a cabo uma série de estratégias artísticas, habitualmente feitas através de uma rede activa de colaboradores, nas quais a participação é estimulada, motivando assim também o debate sobre a própria criação artística junto de públicos mais alargados, nomeadamente através de workshops desenvolvidos com comunidades locais. Ou nas suas palavras em conversa para a preparação desta exposição: “É uma reflexão da minha própria experiência de imigração e relação com essa realidade dentro da minha comunidade pessoal de amigos e familiares. Reflicto sobre a minha biografia e território transcultural que ocupo no Mundo” (Mónica de Miranda).
NOVAS GEOGRAFIAS: Londres-Lisboa-Amesterdão
Novas Geografias, de Mónica de Miranda, é uma exposição que surge do desenvolvimento dessas actividades multifacetadas, permitindo um olhar actual sobre o trabalho que a artista tem vindo a desenvolver nos últimos anos. Organizada na primavera de 2007, em Londres, na 198 Gallery – Contemporary Arts and Learning, a sua itinerância foi pensada como um circuito entre grandes cidades marcadas por fluxos migratórios, implicando a co-produção de um conjunto de novos trabalhos relacionados com o respectivo contexto local de apresentação. A exposição assenta assim no estabelecimento de uma rede co-curatorial que liga Londres (Eva Langret/198 Gallery), Lisboa (Lúcia Marques/Plataforma Revólver) e Amesterdão (Evelyn Raat/Imagine IC), conectando os diferentes espaços de apresentação e respectivos interlocutores.
A exposição na PLATAFORMA REVÓLVER
Acolhidas pela Plataforma Revólver, um espaço alternativo ao circuito institucional de Lisboa, estas “novas geografias” propõem uma reflexão sobre o facto da criação artística se ter tornado o território por excelência da interculturalidade, tendo a obra de Mónica de Miranda como ponto de partida. Trata-se da primeira mostra individual da artista em Lisboa, na qual se reunirão 3 novos trabalhos relacionados com esta cidade (Greater Lisbon – A to Z, Tuning Lisboa, e Where r u from), para além de 4 séries realizadas entre 2004 e 2007 (Changing skins, In the Back of our hands, Bitting Nations, e States) e de uma escultura inédita (Comic Relief, 2007).
Houve ainda oportunidade de criar uma extensão da exposição no Voyeur Project View (de 12 de Junho a 13 de Julho 2008), permitindo ligar duas das mais promissoras estruturas que em Lisboa têm dado espaço a projectos independentes no domínio da arte contemporânea.
As “novas geografias” transitarão por sua vez para o Imagine IC – Imagine Identity and Culture de Amesterdão, sob curadoria de Evelyn Raat, somando ao conjunto de trabalhos comuns à exposição de Londres e Lisboa as novas produções que mapeiam as diferentes comunidades que actualmente caracterizam a maior cidade dos Países Baixos. A última etapa desta itinerância terá então lugar em Londres, num regresso à 198 Gallery, que apresentará uma selecção das novas obras realizadas nas capitais inglesa, portuguesa e holandesa, reunindo as diferentes perspectivas trabalhadas por Mónica de Miranda numa rede de cidades, locais, pessoas, biografias, identidades.
Actividades paralelas à exposição
10 de Maio (sábado), às 18h00: Conversa com a artista e a curadora na exposição
Plataforma Revólver. Entrada Livre.
14 de Maio (4.ª feira), às 15h30: Conferência “Novas Geografias @ Lisboa” pela curadora, no âmbito do Seminário Internacional Europa a Preto e Branco.
Centro de Estudos Comparatistas da Fac. de Letras da Univ. de Lisboa.
Entrada condicionada a inscrição no seminário.
Mais informações: http://www.comparatistas.edu.pt/
O catálogo da exposição intitula-se Novas Geografias: Londres-Lisboa-Amesterdão. Mónica de Miranda (versão bilingue: português/inglês) e estará disponível após a inauguração.
PLATAFORMA REVÓLVER
Rua da Boavista, 84, 3º / 1200 - 068 Lisboa / Tel: 351 213 433 259 / plataformarevolver@gmail.com
Terça a Sábado, das 14:00 às 19:30 hs / www.artecapital.net/plataforma.php
MÓNICA DE MIRANDA: monicademiranda@gmail.com / http://www.monicademiranda.com/ / Tlm: (+351) 96 9424306
APOIO financeiro: Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian
APOIO equipamento: Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura
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